17 abril 2009

Texto...

Escrever...
Verbo ingrato este... toda a gente o pode levar a cabo... toda a gente que consegue colocar uma letra à frente da outra no local correcto o faz... Porque o fazemos?... libertamos a nossa alma quando escrevemos?... Despejamos algo de nós em cada texto... como é que o outro sabe que não é planeado? pensado, estudado?... Será que há quem escreva directamente aquilo que lhe vai na alma sem pensar?... quantos textos lemos directamente do coração de quem os escreve?...
Sobre que escrevemos?... a vida, a morte, amor e glórias... música e trivialidades... ao som de que é que escrevemos?... música? vozes, cantos de pássaros... silêncio?... o ritmo da música muda... e o ritmo da escrita será que muda também?... quanto é que a escrita influencia a nossa vida...?... o o que lemos?...será que o que lemos muda a nossa maneira de escrever?... sei que muda a nossa maneira de viver... logo... uma coisa implica a outra, não?...
Escrevo como as palavras jorram da minha mente... os dedos falham-me as teclas mas os erros não serão notados porque no fim relerei o texto... Será isso ou isto é premeditado...?...
Uma vez alguém me disse que eu pensava demais... será isso um defeito?... Não me preocupo apenas com as trivialidades e futilidades da vida... há questões que não têm resposta... há perguntas que têm de ser feitas e respostas que têm de ser dadas... há vidas que precisam de ser mudadas, há mentes a acordar e a precisar de alimento novo... há mentes velhas que precisam de se recordar como é ter ideias novas e partilhar algo... há mentes preguiçosas que precisam de acordar da dormência em que estão e começar a viver a vida com intensidade...
Viver... Há pessoas que sobrevivem nesta vida... sentem que têm uma vida miserável e na ralidade têm tudo... são apenas preguiçosas e não querem agarrar a oportunidade que lhes passa à frente... há muitos que têm tudo e arranjam algo sempre para embirrar... As pessoas nunca estão bem... têm de inventar algo para se sentirem mal e terem "uma razão de viver"...
Não me queixo do que tenho... nem do que não tenho...a minha vida é isso: um seguimento de dias onde, a cada um, encontro algo novo que me faça viver... seja o sol entre as nuvens, um amigo novo, uma experiência nova, uma banda nova, um sorriso de uma criança na rua, um cúmplice olhar de alguém que lê o mesmo livro que nós, um gesto subtil de indicação de que a pessoa nos compreende...
Somos quem somos e ninguém pode mudar isso...

P.S.: Escrever não é difícil... difícil é arranjar um título para este texto....

1 comentário:

Barão d'Holbster disse...

Há já uns anos escrevi um texto (já não sei o que ouvia quando escrevi esse texto, neste momento estou a ouvir Aaj Ki Raat, da banda sonora do Slumdog milionaire, que se não viste, tens mesmo de ver)que se chamava antropologia do blog, em que basicamente dizia que a parte boa de ter blog é que nos obrigava a escrever, a escavar dentro de nós e achar algo que valesse a pena transpor em palavras. É claro que às vezes as palavras faltam, e ficamos frustrados pois pensamos que nada mais há dentro de nós (já vi isto a acontecer em montes de blogs). Mas nós somos infinitos, basta não parar de caminhar. Por isso, um bom título para este post poderia bem ser: Para onde me levas tu, oh meu blog... (Se fosses de Cascais seria algo como: Para onde me leva você, oh blog da minha posse)

PS- Não sei se reparaste, mas eu ao afirmar que somos infinitos, basicamente disse que somos deus, mas isso já +e outro aparte...