18 maio 2009

Rain... Wash me...

Chuva que cai sem retorno...
Porque é que hoje chegaste?
Não te peço para ir embora...
Já que cá estás, conta-me algo...

Diz-me porque as árvores hoje não cantam?
As flores do jardim estão mudas elas também...
e o pardal jaz aninhado no seu ninho molhado...
O que aconteceu à vida?

Cá dentro também jaz um coração...
Pulsante mas inquieto...
Tudo faz tremer o meu interior...

Mulher de cabelos longos...
o que esperas para tornar tua a sede de sangue que se apodera de ti?
Que te roubaram para que hoje não estejas aqui?
Porque choras mulher?

O teu jardim cheio de vida esperava a chuva,
sabes bem isso...
Não contavas era com o sentimento que ela te traria...
Por isso o teu coração palpitou mais rápido quando ouviste a primeira gota a cair na pétala da rubra orquídea...
O céu chora contigo, comigo, com as flores que libertam a doce fragrância negra...

Sais do teu refúgio seco...
Hoje tu és uma com as suaves gotas que caem do céu ferido...
percorres o caminho relvado até às rosas...
Sabes bem que cada rosa tem o seu espinho... Por isso não gostas de rosas...
Porque as tens... Não sabes...
A fragrância é inebriante... Aumenta ainda mais a tua sede...

Não te consegues controlar... estende a tua mão
Sabes que alcançarás um botão semi-aberto... Não te retraias...
A dor é efémera... Quando chegas a rosa perto de ti um rio de sangue corre mão abaixo...
Porquê mulher?...

Ris-te... Sabes que o pardal no seu ninho tem um coração palpitante...
Como o teu...
A rosa molhada olha-te de volta com o seu ar inquiridor...
Porquê eu?... sorris para a rosa...
Ela é negra como o céu que chora... tens os espinhos cravados na mão e a dor que sentes é um alívio...
A dor física supera os pensamentos dolorosos que tens...

Continua o teu caminho até às orquídeas...
Com a sua variedade escolhes uma vermelha...
sem fragrância...
com a cor rubra do sangue que ainda escorre pela mão... mancha o teu vestido negro...

Não sabes que as orquídeas nasceram para amar as rosas?
Envolve ambas as flores no teu abraço...
Mulher de cabelo molhado... Conta-me uma história...

Porque é que quando chove olhas para o céu e o teu coração palpita?...
Porque é que o teu coração ferido ainda anseia pelo sangue que te escorre pela mão?

Abraças as flores que trazes contigo...
a rosa negra e a rubra orquídea abraçam-se num entrelaçar de espinhos e flores...

O teu vestido manchado de sangue está molhado...
olhas para o céu e para as flores... Porque é que as palavras te fogem da mente neste momento?

Só as sensações interessam...
tudo é intenso...
A dor da mão,
o peso do vestido molhado,
a fragrância da rosa negra,
a cor da rubra orquídea...

Palpitante o teu coração grita de ansiedade perante a falta de palavras...
Vai para dentro mulher de cabelos longos e olhos molhados...

Amanhã, é um novo dia...



14 maio 2009

Horizonte Perdido

Arrepio longíquo atravessa a minha mente...
Mil e um pensamentos se entrelaçam como se fios fossem nesta teia que é a minha vida...
Um grande novelo não tão colorido mas cheio de nós e fios soltos...
Não vejo o que sinto... Escrevo de olhos fechados porque eu sei que é isto que quero...
Um caos organizado dentro de mim... pessoas na minha vida que tanto fazem por mim... Tanto me fazem viver e vibrar...
Daria tudo para que cada uma soubesse que dentro de mim tem um lugar especial.. sim, até os ilustres desconhecidos têm lugar no meu coração...
hoje o texto é errático... escrevo de olhos fechados... já o disse... não se o que se passa comigo...
Arrepio-me de novo...como é bom sentir o frio que atravessa o meu corpo... já a minha alma queima.... está quente como o meu ser... sinto que tenho tanto para dar ao mundo mas não sei por onde começar.. transbordo de energia, alegria, vida... daria tudo para que as pessoas compreendessem o que é ser EU...
Sinto que as pessoas não me compreendem... que não entendem a vida que tenho para dar... Que não entendem o que sinto... como sinto.. porque sinto... que não entendem o que digo e porque o digo... porque fico chateada ou porque sou brusca... Porque rio ou choro com a música... Porque falo ou não falo de alguma coisa... Porque me retraio kd tocam em determinados assuntos... Porque é que os filmes me tocam de maneira que nem eu compreendo... Porque choro quando leio livros, quando leio poemas, quando estou a transbordar de sentimento e energia...
Porque esfrego as mãos enquanto ouço música pela rua... porque me rio quando vejo um melro ou um pardal...
As pessoas não sabem o que é ser EU... o que é viver o que eu vivo e como eu vivo... Não sei explicar... nem o quero fazer... Este ser único que sou eu e que tem várias faces habita num só... Sou a mulher dos olhos com lágrimas quando ouço a AlmaMater... Inchada de orgulho como ninguém compreende... Choro com a Canção de Embalar e sorrio com vontade no Holy Thunderforce... Fico melancólica quando ouço My Dying Bride e Desire... Saudosa quando ouço Immortal... Pensativa quando ouço Iron Maiden, Within Temptation, Metallica... Energética quando ouço Irae, Lux Ferre, Flagellum Dei... Fico eu própria, maliciosa, com aquele sorriso matreiro, quando ouço Children of Bodom... Avanço com aquela força de vontade que me ordena com Avantasia, Nightwish, Blind Guardian... Sinto-me viva com tudo o que me rodeia... mas a música comanda a minha vida...

Eu sou aquilo que sou... Sou nada... e sou TUDO!

10 maio 2009

I'm in love with the darkness


Fim do dia...
Respiro profundamente...
Volta noite querida...
Volta e abraça-me nesse manto escuro...
Não me deixes aqui só...

Aqui estou,
Espero pelo vento suave que me envolve na sua carícia..
Pela Lua que me banha com a sua Luz...

Noite... A escuridão é relativa...
Mil e um pontos cintilam no veludo do céu...
O som fugidio de uma brisa quente aquece os meus ouvidos...
Hoje vai ser uma noite brilhante...

Já escureceu...
Fecho os olhos e sinto a energia a percorrer-me...
Um arrepio faz-me estremecer...
preciso partilhar este momento com a eternidade...

Estendo os braços ao céu e sorrio...
A Mãe está no céu e as Irmãs sorriem-me de volta...
Descalça enterro os pés na relva fria e viva...
Sinto a Terra a pulsar nos meus pés...
vibrante pulsar terrestre...
Coração palpitante...
Alma cheia a transbordar...
Corpo vivo de energia e luz...

Ainda tenho os braços estendidos...
Ainda sorrio...
Sinto o arrepio novamente... desta vez mais forte, mais profundo...
Solto uma gargalhada e ponho a cabeça para trás...
Vinde até mim escuridão doce...
Eu sou um pulsar dentro de ti...
Sou a vida no teu âmago...
Sou a alma da noite...
Sou a Luz que trazes no teu manto...
Veludo doce que envolve a Lua...

Somos um só...
Noite e escuridão...
Eu e a Terra...
Eu e a Lua...

Fecho os braços e volto a mim...
Continuo descalça sobre a relva...
A Lua vai alta e cheia...
A brisa acaricia os meus cabelos soltos...
Hoje não chove na noite escura...

O sorriso continua estampado...
A noite é a minha melhor amiga...
Ela é minha Amante, minha Irmã, minha Mãe e ela sou eu...

Deito-me agora na relva fria...
palmas das mãos no verde sentem o riso da terra...
Os cabelos espalham-se pelo chão...
Longa é a melodia da noite
e o meu coração canta em uníssono com as estrelas que brilham no céu...

Hoje estou viva...
Hoje Sonho..
Hoje Sou!





Este texto é dedicado a todos aqueles que encontram na Noite e na Lua a Vida que não têm...

05 maio 2009

Cruel Portrait of The Moon

Lua,
Quem és tu mulher misteriosa?
Quem se esconde por trás desse rosto velado com cabelos castanhos ao vento?
Mulher, Deusa, Ser... Lua... Quem és tu?
Na penumbra escondes o teu rosto, o meu rosto...
Somos almas vivas num tempo obscuro, remoto...
Somos nós quem faz o mundo girar, as marés subir, o vento soprar...

Lua,
Alta, inatingível, sempre presente...
Reconfortante presença na noite escura...
Crescente que abraça a nossa ausência...

Mulher...
Solta os longos cabelos castanhos e trás contigo a sombra da Lua...
Dessa janela em que te estendes a Lua parece mais alta,
Não deixes que as nuvens ensombrem o teu olhar profundo...
Olha para a Lua que cresce nos céus como cresce o teu poder.
Ouve a bela música que soa nos ouvidos...
Ela trás emoção, energia, um crescendo de sentimentos e pensamentos que transbordam...

Não chores...
A Lua segue o curso na noite...
Também nós o seguimos...
Cansados, olhando o céu em busca da luz que ilumina a noite...

Lua...
Porque é que existem nuvens no céu hoje?...
O céu negro anuncia uma noite sem ti... E a mulher?
Continua na janela,
a conter as lágrimas de poder,
a olhar entre as madeixas longas de cabelo castanho,
a viver com a energia da música...

Ouve...
O que se passa lá no fundo?...
A chuva cai...
Mulher... não fujas para dentro...
deixa que a chuva caia e se misture com as lágrimas que correm pelo teu rosto...
Olha para o jardim que imaginas dentro de ti...
Flores negras abrem as suas pétalas de veludo para que as gotas encontrem o caminho do seu coração
Os cabelos soltos estão molhados... os olhos profundos também...
O sorriso desabrocha nos céus e nos lábios,

Olha...
A Lua volta com a chuva...
A luz ilumina as flores negras e o jardim cintila com mil gotas...
Mulher... olha para dentro de ti...
Cruel, poderosa, sedutora, flor, Lua, gota, tudo te define...

Sorri...
o cabelo cai-te pelos ombros escorrendo chuva...
os olhos molhados buscam a luz da Lua...
Refletem no seu interior o brilho que dentro dela emana...
Não deixes que o brilho se apague...
Mulher...
Lua...