Vento...
Essa força da Natureza que dá vida e que mata... Uma das coisas que mais gosto é de sentir o vento fresco no Verão ou mesmo o vento frio naqueles dias soalheiros de Inverno... mas o que mais odeio é o som do vento a uivar nas portas e janelas...
Há um grande vazio na minha alma... Um daqueles mesmo grandes que não conseguimos explicar... Uma falta de vontade de andar para a frente, um nada gigantesco...
As noites de pesadelos acumulam-se, coisas com nexo, outras sem sentido... O terror da noite enche-me o vazio e não me acalma.
Nada me sai... nem a escrita flui... esta semana não está a ser boa...
Se ao menos eu Não soubesse porquê...
13 novembro 2013
04 novembro 2013
"O que há em mim é sobretudo cansaço..."
Trago um grande cansaço dentro de mim... Daqueles que ninguém compreende porque carrego, daqueles que só eu sei porque carrego... É inacreditável aquilo que vou sentindo ao longo dos dias, todos os dias, das horas intermináveis às horas incansáveis.
"O que há em mim é sobretudo cansaço — Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço... "
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Tenho também dor e mágoa dentro de mim. Dos erros passados, das saudades presentes, dos que já não voltam, dos que podem voltar mas nós não queremos, dos que nós queremos mas não podem voltar.
Não sei que mais tenho, uma grande força de viver e também uma grande sede de o fazer é certo. O que me falta é fazer as coisas acontecer. Anseio pela libertação, não de quê... Talvez estas paredes brancas me respondam, talvez os sonhos me indiquem, talvez a cabeça fresca pela manhã traga um novo olhar sobre a prisão que se abate diariamente sobre mim....
Resta-me ficar à mercê daquilo que não atinjo. Do que anseio mas ao mesmo tempo temo. Do sono que não chega, ou que chega cedo demais...
O meu amigo David Mourão-Ferreira dizia: "Que dúvida, que dívida, que dádiva... Que duvidávida afinal a vida..." E assim me sinto... Com dúvidas, com dívidas e com dádivas... Afinal... A vida é mesmo isto...
"O que há em mim é sobretudo cansaço — Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço... "
Álvaro de Campos, in "Poemas"
28 outubro 2013
Vazio
Lá no fundo, no fundo, há qualquer coisa que me incomoda... Que me faz pensar no que não quero, que me atormenta... Cada vez mais nos últimos tempos tenho pensado em que a vida seria muito mais simples se vivesse numa outra época ou contexto... Matar ou ser morto, cumprir ordens simples, cuidar dos cavalos, cavar buracos nas minas, apanhar fruta, pescar, caçar, ser monge copista, qualquer coisa diferente.
Quero-me perder algures na neblina, na névoa, sem pensar - só seguir em frente, nada mais à volta interessa.
Ouvir apenas a minha respiração, o silêncio dos meus passos, a bruma a passar. Sentir a erva molhada nos pés, ramos a bater na cara, cair ao rio, submergir-me na água fria e escura, sair para a margem rochosa, não tenho frio, tenho sede, sede de andar mais, então ando, ando e continuo até achar nada, um vazio tremendo de coisas, não é escuro nem claro, é apenas vazio. Vazio. E enchê-lo. Enchê-lo de tudo o que há em mim - vida e morte e cor e dor e alegria e choro e amor e simplicidade e esperança e ódio e sangue e honra e criatividade e magia e letras e sons e cheiros e flores e mantas e pássaros e almofadas e risos e terra húmida e árvores molhadas e neve e sol e de mim. Encher o vazio de mim comigo, com o meu eu.
Não consigo sê-lo, só pensá-lo e mesmo assim fujo de mim. Fujo para não me enfrentar, para parecer que está tudo bem. Não sei fingi-lo, só sei fugir. Da indiferença, da dor, da cobardia das palavras escritas e não ditas, da verdade?
Não me encontro, mas também fujo de me procurar, de viver como a vida quer - e o que quer a Vida? Não há vida, há apenas Vazio. Vazio à espera de ser cheio de mar e de floresta e de areia e de montanhas e de lareiras e de chuva e de lobos e de bolos quentes e de rochas e de musgo e de nuvens e de roupas quentes e de castanhas assadas e de silêncios e de livros e de sombras e de luz e de pinheiros e de tigres e de escorpiões e de aranhas e de teias tecidas nas quais nos embrenhamos. E assim viver, para sempre em todos os que viveram comigo, e partilhar com todos eles o que sou, o que não sou, o que sonhei ser, o que serei, o que fui, o que voltarei a ser, o que nunca voltarei a ser.
Não quero a realidade, quero o frio da chuva num dia de sol, o cheiro da relva cortada e a brisa, as ondas do mar nos meus pés, nadar nas águas quentes de umas termas, cascatas imponentes em florestas luxuriantes, embrulhar-me em cobertores quentes e ouvir a neve, sentar-me na janela e ver a trovoada, beber uma cerveja gelada num dia de calor, ser eu, sem problemas, sem contradições, sem medos.
E este Vazio, este vazio para encher de abraços e de sonhos e de beijos e de penas e de tapetes fofinhos e de solos de guitarra e de pesadelos e de cabelos esvoaçantes e de ventos e de tempestades e de campos de trigo e de rios fortes e de glaciares e de chá quente e do nascer do sol e das ondas no mar e das flores campestres e de mãos dadas e de dragões e de por do sol e de lua cheia e de runas e de barcos e de fogo e de lua nova e de fogueiras e de canções e de preguiça e de ternura e de gelo e de mim...
Quero-me perder algures na neblina, na névoa, sem pensar - só seguir em frente, nada mais à volta interessa.
Ouvir apenas a minha respiração, o silêncio dos meus passos, a bruma a passar. Sentir a erva molhada nos pés, ramos a bater na cara, cair ao rio, submergir-me na água fria e escura, sair para a margem rochosa, não tenho frio, tenho sede, sede de andar mais, então ando, ando e continuo até achar nada, um vazio tremendo de coisas, não é escuro nem claro, é apenas vazio. Vazio. E enchê-lo. Enchê-lo de tudo o que há em mim - vida e morte e cor e dor e alegria e choro e amor e simplicidade e esperança e ódio e sangue e honra e criatividade e magia e letras e sons e cheiros e flores e mantas e pássaros e almofadas e risos e terra húmida e árvores molhadas e neve e sol e de mim. Encher o vazio de mim comigo, com o meu eu.
Não consigo sê-lo, só pensá-lo e mesmo assim fujo de mim. Fujo para não me enfrentar, para parecer que está tudo bem. Não sei fingi-lo, só sei fugir. Da indiferença, da dor, da cobardia das palavras escritas e não ditas, da verdade?
Não me encontro, mas também fujo de me procurar, de viver como a vida quer - e o que quer a Vida? Não há vida, há apenas Vazio. Vazio à espera de ser cheio de mar e de floresta e de areia e de montanhas e de lareiras e de chuva e de lobos e de bolos quentes e de rochas e de musgo e de nuvens e de roupas quentes e de castanhas assadas e de silêncios e de livros e de sombras e de luz e de pinheiros e de tigres e de escorpiões e de aranhas e de teias tecidas nas quais nos embrenhamos. E assim viver, para sempre em todos os que viveram comigo, e partilhar com todos eles o que sou, o que não sou, o que sonhei ser, o que serei, o que fui, o que voltarei a ser, o que nunca voltarei a ser.
Não quero a realidade, quero o frio da chuva num dia de sol, o cheiro da relva cortada e a brisa, as ondas do mar nos meus pés, nadar nas águas quentes de umas termas, cascatas imponentes em florestas luxuriantes, embrulhar-me em cobertores quentes e ouvir a neve, sentar-me na janela e ver a trovoada, beber uma cerveja gelada num dia de calor, ser eu, sem problemas, sem contradições, sem medos.
E este Vazio, este vazio para encher de abraços e de sonhos e de beijos e de penas e de tapetes fofinhos e de solos de guitarra e de pesadelos e de cabelos esvoaçantes e de ventos e de tempestades e de campos de trigo e de rios fortes e de glaciares e de chá quente e do nascer do sol e das ondas no mar e das flores campestres e de mãos dadas e de dragões e de por do sol e de lua cheia e de runas e de barcos e de fogo e de lua nova e de fogueiras e de canções e de preguiça e de ternura e de gelo e de mim...
07 outubro 2013
Back!
Não quero deixar este blog morrer, mas também não sei o que escrever hoje...
Já lá vão 3 anos e meio desde o último post. A vida não mudou muito, eu talvez tenha mudado. Para melhor ou pior isso ainda está para ser decidido. Tenho saudades de desabafar com a folha em branco.
Não sei porque estou melancólica hoje. Não sei se é por estar a ouvir My Dying Bride, por saber porque é que estou a ouvir my dying bride, porque é que comecei a ouvir my dying bride, todas as anteriores ou nenhuma das anteriores. Sei que o estou...
A ver um episódios das Mentes criminosas de hoje a Prentiss dizia: "Todo o fim é também um início". Fiquei a pensar em vários episódios da minha vida que foram verdadeiramente fins de qualquer coisa mas foram acima de tudo inícios de muito, mas muito mais...
No meio da confusão que a minha vida pode ser há coisas que nunca vão mudar: o meu amor pela música e o meu amor pela vida em si. Que efémeras que as pessoas são... Superficiais, indiferentes, passageiras, desinteressadas... Há dias em que essas pessoas me enchem de raiva, nesses dias sou anti-humanidade, só quero estar sossegada no meu canto sem me chatearem... Mas depois há dias como o de ontem, cheios de vida, de vibração, de admiração, de tristeza,de energias, de felicidade, de lágrimas, de choque e surpresa, de ternura, de cumplicidade mas acima de tudo de Amizade e Música.
Sei que há pessoas que não me compreendem, é normal, elas não são eu, não viveram o que eu vivi e como eu vivi. As minhas experiências de vida são minhas apenas para as reviver vezes e vezes sem conta... São quem eu sou e quem eu serei... São lágrimas em concertos, risos descontrolados em conversas, rios de choro em filmes ou sorrisos emocionados em músicas... É por todas estas coisas que adoro a vida, porque para além da minha vida vivo as vidas das histórias que leio, das histórias que vejo, das histórias que ouço... Sou o produto de tudo o que vivi, li, vi e ouvi... Sou a princesa da Disney e o Riddick. Sou o Jon Snow mas também sou um transformer. Sou o Freddy Mercury e a Katy Perry... Sou a Angela Gossow e o Aaron Stainthorpe. Sou um Homem e sou um Rato... Tenho um pobre, mas também tenho o Ferro em Brasa, fui violada pela motossera, mas também sei por quem os sinos dobram... Estive em Oz, Narnia, Hogwarts. Gritei no silêncio do espaço com a Ripley mas também enterrei o meu filho mais novo no lugar onde o solo é mais duro. Fui até Prydain e Krynn, tive na mão o auryn, a excalibur e o Anel. Gritei pelo exterminador e chorei quando o Maximus morreu. Ri que nem uma doida com o Manny e companhia no Ice Age, mas chorei quando o Fantasma se declara à Christine.
Sim, sou estranha, mas sou também cheia de vida e de emoção - é isto que me faz viver, não as trivialidades do dia a dia... Por isso é que sorrio a ouvir o Before the War, só me apetece viver e morrer pela espada no Death in Fire e me emociono com o For my Fallen Angel... Tudo em mim está ligado, e eu estou ligada a tudo...
Por isso vivam... Vivam as vossas vidas com significado, com amigos, com música, com livros, com filmes, com lágrimas e com sorrisos.
Deixem-se surpreender e nunca tomem nada por garantido, vão ver como a vida dá umas voltas!
01 fevereiro 2010
Lucifer is Rising Fest - 30 de Janeiro
Well well...
Acho que é melhor começar a voltar às reviews antes que o Blog fique DEMASIADO desactualizado.
Olá a todos! Então? Esse ano novo? Cheio de resoluções?... Pois o meu ano novo foi maravilhoso em Palhais onde a UMAP (União Metaleira dos Amigos de Palhais) foi formada e onde fazia frio e caiu granizo.
Pois e entretanto já se passaram uns quantos (bastantes) concertos mas as reviews desses ficam para mais tarde. Hoje vou fazer a review do Lucifer is Rising Fest.
30 de Janeiro, noite de Lua Cheia...
Numa altura em que a febre dos vampiros foleiros anda aí sentia mesmo saudades de um concerto de Black Metal à maneira... Mas o que encontrei esta noite foi deveras interessante...
Como levei a máquina mas não tirei fotos podem apreciar algumas delas aqui.
Chegados ao Side-B já Intragável estava a tocar. O som não me disse nada... Um Black deste dito "depressivo" ou "moderno" ou então nem uma nem outra... Não posso opinar verdadeiramente porque só ouvi duas músicas... Sem dúvida quero rever para perceber o conceito por trás da banda com membros de Crystalline Darkness e Pestilência.
De seguida a banda da noite como muita gente disse: Inverno Eterno. Um Black depressivo muito bom com acordes memoráveis e uma densidade profunda... O Nada em palco é absolutamente brilhante e digo isto por várias razões: cada um é como é e tem o direito de ser assim. Se o homem gosta de gritar em palco para se exprimir, força. Se ele gosta de se cortar, força. Se ele entra num estado de trance profundo depois da primeira metade do concerto, é porque sente realmente o que faz...
De salientar a participação de elementos alheios à banda na sua apresentação: a guitarrista na segunda música, Vulturius em palco com grande presença e a deixar a sua marca na banda da noite e finalmente (e assinalo aqui um ponto negativo) a presença do vocalista de Black Howling para cantar com o Nada "Trago a morte no olhar"... Era desnecessária tamanha gritaria para mostrar verdadeiro sofrimento, mas se é assim que ele se exprime melhor, que se lixem os ouvidos do público... Quem não gostar que vá embora (e não vale desmaiar com o sangue dos cortes do Nada, como alguém se lembrou de fazer).
Banda seguinte já não trás nada de novo a não ser uma atitude estranha... Crystalline Darkness é uma banda de Black Depressivo/Ambiental que começou com um grande concerto em Cacilhas mas que tem vindo a piorar ao longo das prestações ao vivo... Começa por ter um vocalista controverso que uns adoram e outros odeiam e que parece odiar toda a gente e querer que toda a gente os odeie mas que gosta de ter fotos da banda nas prestações ao vivo... A atitude em palco (como já disse anteriormente) é do critério de cada um, mas ninguém gosta de ser insultado, a menos que (claro, está) o objectivo seja odiar a banda... Não percebo este conceito de Anti-humanismo... Todos têm um objectivo com a criação de uma banda, o objectivo de cada um é pessoal... se o trabalho é pessoal e se quer mostrar é porque há interesse num reconhecimento... Ora se há algum interesse no reconhecimento para quê insultar quem apoia, vai aos concertos, compra as tapes, splits e EPs?... Se o objectivo pessoal é apenas derramar o talento criativo (e um beijo grande ao Nuno por estas palavras inspiradas) e não o reconhecimento, para quê dar concertos?...
Sobre a prestação em si: um início de costas (literalmente) voltadas para o público a cantar algo imperceptível (que muitos disseram ter sido fenomenal) não foi brilhante... A inspiração de António Variações não se notou tendo sido muito mais visível (ou audível) a inspiração de Fernando Pessoa... O facto de dedicarem uma música a Inverno Eterno foi interessante e um momento alto... De resto, e como já disse, acho que as prestações estão a piorar, não se se foi problema de som (que não notei nas outras bandas) ou se foi mesmo a atitude do vocalista que nada mais merece do que aquilo que tanto pede com insultos (que da próxima vez nos vamos todos embora e os deixemos a tocar para uma sala vazia)... Tenho a dizer que apesar de estar a escrever muito sobre Crystalline Darkness passei 75% do concerto na conversa... Sinceramente, acho que a presença do vocalista ensombra a prestação da banda.
Ora e chegamos à parte da review em que se faz uma pausa e se pensa naquilo que nos levou ao Side-B: uma noite de Black Metal... Sabendo que Grave Miasma é uma banda de Black Death bruto e Merrimack fazem Black Metal cru, porque raio por 3 bandas de Black Depressivo/Ambiental/Experimental a abrir?... I think this thought has crossed many minds... Eu sinceramente gosto de todos os estilos e gosto bastante do trabalho de IE e CD mas acho que ficaram algo desenquadrados numa noite assim... (se bem que já vi Gwydion e Desire na mesma noite naquele mesmo palco e achei exactamente a mesma coisa...)...
Voltando à review em si... Grave Miasma (UK): Black/Death puro e duro para animar a noite... Finalmente algum Black que ansiava ver para me libertar do terror gótico deslavado que me persegue nos outdoors da tvi e da sic... LOL... Mesmo assim achei duas coisas... O som parecia embrulhado e a bateria podia ser mais ritmada... Um grande som que pecou por estes dois pequenos pormenores que podiam ser afinados... gostei bastante do baixo e do guitarrista "robô" que puxava pelo público que parecia um pouco apático... boa prestação e um grande concerto!
Finalmente a banda do senhor GRANDE (sim, grande é favor)... Até o Miguel, o Deris ou o Luís se sentiram pequenos ao pé daquele senhor (LOL)... Merrimack!!! Depois de ouvir o último single deles retirado do novo albúm "Grey Rigorism" estava à espera de um Black mais ao meu gosto... E não fiquei (muito) desiludida... O princípio foi bom, com uma ou duas músicas rápidas... Depois... total boredomness (se é que esta palavra existe) durante os minutos seguintes... Não sei se foram 10 ou 20... mas sei que foi sempre igual... Finalmente, a segunda metade do set valeu por todo o concerto... bem merecida dor de pescoço... eheheh... Bom Black Metal como já tinha saudades... Mas sabem uma coisa?... Acho que nada bate o nosso Black Metal nacional (daquele normalzinho sem depressões)... De salientar que comprei o novo albúm de Storm Legion para poder mais tarde opinar sobre ele...
Já tenho saudades de ver Irae, Corpus Christii, Lux Ferre, Koltum...
Acho que é melhor começar a voltar às reviews antes que o Blog fique DEMASIADO desactualizado.
Olá a todos! Então? Esse ano novo? Cheio de resoluções?... Pois o meu ano novo foi maravilhoso em Palhais onde a UMAP (União Metaleira dos Amigos de Palhais) foi formada e onde fazia frio e caiu granizo.
Pois e entretanto já se passaram uns quantos (bastantes) concertos mas as reviews desses ficam para mais tarde. Hoje vou fazer a review do Lucifer is Rising Fest.
30 de Janeiro, noite de Lua Cheia...
Numa altura em que a febre dos vampiros foleiros anda aí sentia mesmo saudades de um concerto de Black Metal à maneira... Mas o que encontrei esta noite foi deveras interessante...
Como levei a máquina mas não tirei fotos podem apreciar algumas delas aqui.
Chegados ao Side-B já Intragável estava a tocar. O som não me disse nada... Um Black deste dito "depressivo" ou "moderno" ou então nem uma nem outra... Não posso opinar verdadeiramente porque só ouvi duas músicas... Sem dúvida quero rever para perceber o conceito por trás da banda com membros de Crystalline Darkness e Pestilência.
De seguida a banda da noite como muita gente disse: Inverno Eterno. Um Black depressivo muito bom com acordes memoráveis e uma densidade profunda... O Nada em palco é absolutamente brilhante e digo isto por várias razões: cada um é como é e tem o direito de ser assim. Se o homem gosta de gritar em palco para se exprimir, força. Se ele gosta de se cortar, força. Se ele entra num estado de trance profundo depois da primeira metade do concerto, é porque sente realmente o que faz...
De salientar a participação de elementos alheios à banda na sua apresentação: a guitarrista na segunda música, Vulturius em palco com grande presença e a deixar a sua marca na banda da noite e finalmente (e assinalo aqui um ponto negativo) a presença do vocalista de Black Howling para cantar com o Nada "Trago a morte no olhar"... Era desnecessária tamanha gritaria para mostrar verdadeiro sofrimento, mas se é assim que ele se exprime melhor, que se lixem os ouvidos do público... Quem não gostar que vá embora (e não vale desmaiar com o sangue dos cortes do Nada, como alguém se lembrou de fazer).
Banda seguinte já não trás nada de novo a não ser uma atitude estranha... Crystalline Darkness é uma banda de Black Depressivo/Ambiental que começou com um grande concerto em Cacilhas mas que tem vindo a piorar ao longo das prestações ao vivo... Começa por ter um vocalista controverso que uns adoram e outros odeiam e que parece odiar toda a gente e querer que toda a gente os odeie mas que gosta de ter fotos da banda nas prestações ao vivo... A atitude em palco (como já disse anteriormente) é do critério de cada um, mas ninguém gosta de ser insultado, a menos que (claro, está) o objectivo seja odiar a banda... Não percebo este conceito de Anti-humanismo... Todos têm um objectivo com a criação de uma banda, o objectivo de cada um é pessoal... se o trabalho é pessoal e se quer mostrar é porque há interesse num reconhecimento... Ora se há algum interesse no reconhecimento para quê insultar quem apoia, vai aos concertos, compra as tapes, splits e EPs?... Se o objectivo pessoal é apenas derramar o talento criativo (e um beijo grande ao Nuno por estas palavras inspiradas) e não o reconhecimento, para quê dar concertos?...
Sobre a prestação em si: um início de costas (literalmente) voltadas para o público a cantar algo imperceptível (que muitos disseram ter sido fenomenal) não foi brilhante... A inspiração de António Variações não se notou tendo sido muito mais visível (ou audível) a inspiração de Fernando Pessoa... O facto de dedicarem uma música a Inverno Eterno foi interessante e um momento alto... De resto, e como já disse, acho que as prestações estão a piorar, não se se foi problema de som (que não notei nas outras bandas) ou se foi mesmo a atitude do vocalista que nada mais merece do que aquilo que tanto pede com insultos (que da próxima vez nos vamos todos embora e os deixemos a tocar para uma sala vazia)... Tenho a dizer que apesar de estar a escrever muito sobre Crystalline Darkness passei 75% do concerto na conversa... Sinceramente, acho que a presença do vocalista ensombra a prestação da banda.
Ora e chegamos à parte da review em que se faz uma pausa e se pensa naquilo que nos levou ao Side-B: uma noite de Black Metal... Sabendo que Grave Miasma é uma banda de Black Death bruto e Merrimack fazem Black Metal cru, porque raio por 3 bandas de Black Depressivo/Ambiental/Experimental a abrir?... I think this thought has crossed many minds... Eu sinceramente gosto de todos os estilos e gosto bastante do trabalho de IE e CD mas acho que ficaram algo desenquadrados numa noite assim... (se bem que já vi Gwydion e Desire na mesma noite naquele mesmo palco e achei exactamente a mesma coisa...)...
Voltando à review em si... Grave Miasma (UK): Black/Death puro e duro para animar a noite... Finalmente algum Black que ansiava ver para me libertar do terror gótico deslavado que me persegue nos outdoors da tvi e da sic... LOL... Mesmo assim achei duas coisas... O som parecia embrulhado e a bateria podia ser mais ritmada... Um grande som que pecou por estes dois pequenos pormenores que podiam ser afinados... gostei bastante do baixo e do guitarrista "robô" que puxava pelo público que parecia um pouco apático... boa prestação e um grande concerto!
Finalmente a banda do senhor GRANDE (sim, grande é favor)... Até o Miguel, o Deris ou o Luís se sentiram pequenos ao pé daquele senhor (LOL)... Merrimack!!! Depois de ouvir o último single deles retirado do novo albúm "Grey Rigorism" estava à espera de um Black mais ao meu gosto... E não fiquei (muito) desiludida... O princípio foi bom, com uma ou duas músicas rápidas... Depois... total boredomness (se é que esta palavra existe) durante os minutos seguintes... Não sei se foram 10 ou 20... mas sei que foi sempre igual... Finalmente, a segunda metade do set valeu por todo o concerto... bem merecida dor de pescoço... eheheh... Bom Black Metal como já tinha saudades... Mas sabem uma coisa?... Acho que nada bate o nosso Black Metal nacional (daquele normalzinho sem depressões)... De salientar que comprei o novo albúm de Storm Legion para poder mais tarde opinar sobre ele...
Já tenho saudades de ver Irae, Corpus Christii, Lux Ferre, Koltum...
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Inverno Eterno,
Merrimack,
Review
09 dezembro 2009
Ausência prolongada...
Olá a todos*
Os seguidores mais atentos (e os menos atentos) verão que há uma grande discrepância entre as datas das reviews que estou a publicar e a data em que estão a ser publicadas...
A vida é mesmo assim e há coisas a que tem de se dar prioridade...
(Finalmente) entreguei a tese dia 30 de Outubro e com defesa marcada para dia 25 de Novembro tive um mês para preparar a hora mais horrível da minha vida...
Turns out que a hora mais horrível da minha vida não foi essa...
Dia 19 de Novembro a minha mãe faleceu de Cancro essa doença silenciosa que grita a dor em todos nós... ela estava em muito sofrimento já e partiu para melhor... Esteve até ao fim em casa como ela queria (apesar de ter morrido no hospital já)... Foram horas muito difíceis mas tudo na vida tem de continuar... A única certeza na nossa vida, é a morte... so deal with it...
Os seguidores mais atentos (e os menos atentos) verão que há uma grande discrepância entre as datas das reviews que estou a publicar e a data em que estão a ser publicadas...
A vida é mesmo assim e há coisas a que tem de se dar prioridade...
(Finalmente) entreguei a tese dia 30 de Outubro e com defesa marcada para dia 25 de Novembro tive um mês para preparar a hora mais horrível da minha vida...
Turns out que a hora mais horrível da minha vida não foi essa...
Dia 19 de Novembro a minha mãe faleceu de Cancro essa doença silenciosa que grita a dor em todos nós... ela estava em muito sofrimento já e partiu para melhor... Esteve até ao fim em casa como ela queria (apesar de ter morrido no hospital já)... Foram horas muito difíceis mas tudo na vida tem de continuar... A única certeza na nossa vida, é a morte... so deal with it...
Assim, para a minha mãe fica uma das músicas que ela mais adorava (e que eu pessoalmente não admiro muito...)
17 novembro 2009
10 de Outubro - Warchitectt + VIZIR + Balmog + Empty + Infernal Kingdom - Marinha Grande
Bem retomemos as reviews...
Estávamos a dia 10 de Outubro e lá nos pusemos de novo a caminho da Marinha Grande...Os concertos prometiam uma noite bastante agradável...
Quando chegámos infelizmente só tivemos tempo de ouvir a última música de Warchitectt...
De seguida tocaram os grandes VIZIR!!! Desta vez o Hellraiser agraciou-nos com um corpse paint a rigor e a condizer com o Black Metal que se ia fazer sentir naquela noite!!!
O concerto de Vizir foi algo apagado... Não sei se era da noite ser mais dedicada ao Black mas achei que houve pouca interacção com o público... Pouco teatro... Mas mesmo assim um grande concerto!
Neste concerto de Vizir a pior parte foi um qualquer problema no cabo do baixo do Hélio que de vez em quando dava uns estalos que até metiam medo... (mais sobre os problemas técnicos à frente).
De seguida actuou a melhor banda da noite, pelo menos para mim, os galegos Balmog!!! O seu Black metal é poderoso, faz-nos sofrer e o concerto foi algo de fenomenal... O vocalista tem uma excelente presença em palco e o resto da banda também... Foi uma viagem ao nosso interior obscuro e doloroso... Foi muito bom...
A única parte negativa deste maravilhoso e obscuro concerto foi que o som não estava muito bom... Os problemas com o baixo não se notaram tanto mas o som estava nitidamente pior... O mais engraçado era o baterista que se via e desejava para acompanhar os outros... Não desistiu mas fazia com cada careta ;).
Talvez isso tenha levado a organização a fazer uma pausa alargada de 45 minutos (mais coisa menos coisa) para afinações do som. Por causa disso e dos potenciais atrasos foi também trocada a ordem das bandas...
Assim sendo, e com esperanças de que o som estivesse melhor... Entraram em palco os cabeças de cartaz espanhóis Empty!!!
O som infelizmente não estava melhor... A voz apagada fez com que o concerto provavelmente tenha sido medíocre... Mesmo assim eles não sucumbiram e despejaram todo o seu Black cru e poderoso que ficou muito aquém de um bom concerto... Confuso mas com alma...
Findo o concerto dos Empty surge a banda da organização: os Infernal Kingdom do Porto com uma vocalista na voz... Algo que já não via há.... bem, há muitos anos mesmo... O som estava surpreendentemente melhor... talvez o problema de Empty fosse muitos elementos em palco... Infernal Kingdom deram um excelente concerto... Para dizer a verdade gostei bastante da voz da vocalista... 5 estrelas mesmo... Provavelmente uma banda para ver de novo.
Claro que os concertos são sempre excelentes para conhecer novas bandas e novas pessoas, mas acima de tudo são também um local/ocasião para reforçar laços de amizade :)... e outras coisas também ;)
Estávamos a dia 10 de Outubro e lá nos pusemos de novo a caminho da Marinha Grande...Os concertos prometiam uma noite bastante agradável...
Quando chegámos infelizmente só tivemos tempo de ouvir a última música de Warchitectt...
De seguida tocaram os grandes VIZIR!!! Desta vez o Hellraiser agraciou-nos com um corpse paint a rigor e a condizer com o Black Metal que se ia fazer sentir naquela noite!!!
O concerto de Vizir foi algo apagado... Não sei se era da noite ser mais dedicada ao Black mas achei que houve pouca interacção com o público... Pouco teatro... Mas mesmo assim um grande concerto!
Neste concerto de Vizir a pior parte foi um qualquer problema no cabo do baixo do Hélio que de vez em quando dava uns estalos que até metiam medo... (mais sobre os problemas técnicos à frente).
De seguida actuou a melhor banda da noite, pelo menos para mim, os galegos Balmog!!! O seu Black metal é poderoso, faz-nos sofrer e o concerto foi algo de fenomenal... O vocalista tem uma excelente presença em palco e o resto da banda também... Foi uma viagem ao nosso interior obscuro e doloroso... Foi muito bom...
A única parte negativa deste maravilhoso e obscuro concerto foi que o som não estava muito bom... Os problemas com o baixo não se notaram tanto mas o som estava nitidamente pior... O mais engraçado era o baterista que se via e desejava para acompanhar os outros... Não desistiu mas fazia com cada careta ;).
Talvez isso tenha levado a organização a fazer uma pausa alargada de 45 minutos (mais coisa menos coisa) para afinações do som. Por causa disso e dos potenciais atrasos foi também trocada a ordem das bandas...
Assim sendo, e com esperanças de que o som estivesse melhor... Entraram em palco os cabeças de cartaz espanhóis Empty!!!
O som infelizmente não estava melhor... A voz apagada fez com que o concerto provavelmente tenha sido medíocre... Mesmo assim eles não sucumbiram e despejaram todo o seu Black cru e poderoso que ficou muito aquém de um bom concerto... Confuso mas com alma...
Findo o concerto dos Empty surge a banda da organização: os Infernal Kingdom do Porto com uma vocalista na voz... Algo que já não via há.... bem, há muitos anos mesmo... O som estava surpreendentemente melhor... talvez o problema de Empty fosse muitos elementos em palco... Infernal Kingdom deram um excelente concerto... Para dizer a verdade gostei bastante da voz da vocalista... 5 estrelas mesmo... Provavelmente uma banda para ver de novo.
Claro que os concertos são sempre excelentes para conhecer novas bandas e novas pessoas, mas acima de tudo são também um local/ocasião para reforçar laços de amizade :)... e outras coisas também ;)
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